Minha Jane, mais uma vez te escrevo, na esperança vã de preencher o vazio que criaste em mim.
Estou aqui, no nada, à procura de uma luz que me indique o caminho, uma luz que só tu me podes dar.
Aos poucos consigo voltar a mim, voltar a sentir-me, sair do estado de dormência doce em que me encontrava, para um estado talvez pior. Já não dou por mim a imaginar-me contigo deitada nos meus braços, já não acredito que voltes a qualquer momento, limito-me a sentir a tua falta, agora que percebi que já não vais voltar.
Gostava de te ter prendido a mim da última vez que me abraçaste... Assim não terias podido fugir de mim, como um pássaro foge de uma gaiola deixada entreaberta por descuido.
Sabes, ainda não consigo imaginar-me a viver todos os dias sem o teu doce sorriso quando te apanhava distraída a olhar para mim, sem os teus abraços confortantes quando me sentia mal, sem o teu corpo sobre o meu, a pele suada, a respiração acelerada, o brilho nos olhos, naquelas noites que eram só nossas. Não percebo qual é o sentido da vida quando não temos alguém para percorrê-la ao nosso lado, o meu alguém eras, és e sempre serás tu.
A última vez que estiveste ao meu lado foi à uns dias, mas a mim parece-me a eternidade. Lembro-me de todos os segundos, o dia estava quente e ensolarado e fomos à praia. Não te confessei, mas sentia-me mais do que orgulhoso de te ter ao meu lado, sabia que havia muita gente a cobiçar o lugar em que me encontrava, tão seguro, tão cego. Olhar para ti bastava para me deixar louco e tu, com essa subtileza de felina, aliciavas ainda mais o meu desejo, tinhas-me na tua mão sem qualquer dúvida. E depois abraçaste-me, beijaste-me e começaste a afastar-te lentamente. Quando olhaste para trás lançaste-me um sorriso maroto e correste de novo para os meus braços, para mais um beijo de despedida, aí, talvez por ingenuidade, talvez por cegueira, nunca me atrevi a imaginar que essa seria a última vez que os teus lábios tocavam nos meus, mas foi. Depois disso partiste, disseste que já não me amavas e simplesmente foste, deixando-me aqui destroçado.
Talvez não estivesse escrito que nós ficariamos juntos, a princesa que tu és simplesmente não fica com o plebeu, não fica com alguém como eu.
Porquê que desta vez não fazes como em todas as outras antes e simplesmente voltas, nessa tua diversão de yoyo ? Porquê que sinto que desta vez foi de facto diferente e que tu não vais voltar mais ? Eu sinto mesmo a tua falta...
Amo-te sempre Jane.
Sempre teu, Edward.
2 comentários:
Gostei e estou a seguir (: *
I wonder, a escritora sabe que o vazio que o Edward sente só é preenchido pela felicidade, que é isso que lhe falta? Que escrever à Jane só parece preenche-lo porque foi ela que o fez feliz, mas só o deixa mais vazio e ele só o faz porque precisa dela e de se sentir próximo dela? Espero que sim, porque quero que sejas feliz oh menina :) quando fores o Edward, sabe que há muitas Janes e melhor e, mais que isso, está contigo o teu coração e a tua escrita, que são razões suficientes para te sentires feliz; parabéns.
Love, Sly
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