e mais ...

terça-feira, 8 de junho de 2010

(des)ilusão ... :$

Os olhos doíam-me, não conseguia ver com clareza. Fechei-os… As lágrimas continuavam a cair em cascata, alheias ao meu sofrimento. Já havia desistido de tentar controlar aquela onda de água quente que escorria lentamente pelo meu rosto; agora só restava esperar que o resto da minha tristeza se libertasse pelos meus olhos e que se instaurasse aquele vazio que eu sabia que viria para se sobrepor a todos os meus sentidos.
Lentamente a intensidade das lágrimas foi reduzindo e fui-me deixando levar pelo cansaço, os olhos tornaram-se demasiado pesados para se manterem abertos, e deixei-me adormecer, esperando pela paz que aquele estado de inconsciência me traria…

Acordei sobressaltada. O meu coração batia a mil e sentia-me sufocar. Sentei-me devagar; estava coberta de suores frios e o medo relembrado pelo pesadelo parecia mais real na escuridão do meu quarto. Lutei fortemente contra as lágrimas, NÃO! Não voltaria a chorar por ele! Tacteei a parede em busca do interruptor que traria de novo a luz ao meu quarto, mas a claridade cegou-me, pelo que voltei a apagá-la. Peguei no telemóvel, saí da cama e dirigi-me à porta da varanda. Abri-a sem fazer barulho, para que não viessem à minha procura, levei comigo um cobertor e sentei-me no frio chão de pedra. Um vento gelado trespassou-me, pelo que me enrolei mais no cobertor que jazia no meu colo. O céu estava limpo, as estrelas brilhavam com uma intensidade estonteante, como se pedissem que me juntasse a elas; mas eu permanecia alheia a tudo isso, a única coisa que bailava no meu pensamento era ele… Peguei no telemóvel que havia largado subconscientemente a meu lado; eram 2:37 da manhã; percorri a minha lista telefónica e o meu dedo fraquejou quando cheguei ao número dele… Foi ai que soube o que tinha a fazer. Inspirei fundo para ganhar coragem, guardando dentro de mim o perfume daquela noite fria e carreguei a medo no botão verde do meu telemóvel. Tocou uma vez…, duas…, cinco…, dez…; estava prestes a desistir quando uma voz ensonada que eu bem conhecia se fez ouvir do outro lado:
-“Tou?”
Senti a coragem falhar-me, mas ainda assim articulei um murmúrio:
-“Eu amo-te… Sempre amei, sempre vou amar, juro…”
Do outro lado ouvi um bocejo; de seguida aquela voz que eu adorava voltou a fazer-se ouvir:
-“O que raio..? Mas.. Opa, quem és tu?”
Uma lágrima desobediente correu pelo meu rosto; não consegui emitir nem mais um som, desliguei… Levantei-me e voltei para a cama; no dia seguinte não passarias de um sonho, de uma ilusão, de uma recordação.

By. Simone Rodrigues

3 comentários:

Anónimo disse...

lindo amor :')

Sassa@

Anónimo disse...

lindo amor :')

Sassa@

Anónimo disse...

tambem sigo :)